APRESENTAÇÃO
O estado possui o monopólio sobre a jurisdição de trânsito. Isso é, ele mesmo cria todas as leis, julga e aplica. Em uma situação assim, as pessoas começam a perder a noção do que é certo e do que é errado. Do que é justo e do que é abuso. Afinal, elas não têm parâmetros, não podem comparar o estado com nenhuma outra coisa, se não, no máximo, outros estados. Isso cria uma espécie de tragédia dos comuns jurídicas, mesmo que a lei lhe afete em alguns pontos, lhe beneficia em outros. Quem discorda sobre quão grave é dirigir alcoolizado, por exemplo, pode achar válido que motoristas sem capacete sejam multados. Então, para garantir essa confusa economia de privilégios, as pessoas passam a consentir, explícita ou tacitamente com as leis de trânsito.
Pior, elas passam a ver as leis como tão onipresentes e inexoráveis que começam a tratar qualquer “transgressão” como um ato imoral por si mesmo. A forma mais trivial de desobediência gera aquela adrenalina que mistura prazer e malandragem. Evitar uma multa não é fazer justiça, é “ser esperto”, dar o “jeitinho brasileiro”.
Esse guia não ensinará como se dar bem em cima dos outros, muito menos como se safar de situações em que você realmente feriu a vida ou a propriedade de alguém. Esse é um guia para pessoas responsáveis, que sabem que o ato de dirigir é de extrema responsabilidade, mas que não aceitam os abusos jurídicos do estado.
Boa leitura!