CHANTAGEM FUNCIONA?

A chantagem obedece critérios completamente subjetivos do condutor e do oficial que o abordou. Sendo assim, não existem fórmulas, tudo depende do humor dos envolvidos e da pura sorte.

A chantagem emocional é a segunda etapa da interação que pode evoluir, ou não, para o suborno e a ameaça:

1ª ETAPA
2ª ETAPA
3ª ETAPA
4ª ETAPA

A primeira etapa consiste em presumir sua própria inocência, SEMPRE, ao interagir com o oficial. NUNCA, em hipótese alguma, admita culpa. Não é sua responsabilidade admitir culpa, você não ganha QUALQUER benefício ou conivência por admitir culpa. Ao admitir culpa, de qualquer forma, ou mesmo criar provas contra si mesmo23, você está apenas se condenando gratuitamente. Muitas pessoas acham que por parecer sensato, admitir o erro, etc. o oficial pode ser compreensivo e ignorar a infração. Isso pode até acontecer, mas, mesmo assim, você está apostando alto demais.

Você deve ser perspicaz na sua interação com o oficial. Muitos policias são capciosos o suficiente para induzir você a produzir provas contra si mesmo. Por exemplo, ao ser abordado, começar perguntando “por que você estava correndo acima do limite permitido nessa via?”. Em condições normais, essa simples pergunta induziria você à tentativa de se auto-justificar, com argumentos inúteis para o caso, como alegar que a via estava vazia. Fazendo assim com que você “admita” a culpa por excesso de velocidade.

Responda perguntas com outras perguntas para perceber quão munido e interessado o oficial está em lhe prejudicar. Por exemplo, para a pergunta acima, pergunte de volta em que velocidade você estava. Se o policial não usou um radar, ou qualquer instrumento de registro, ele vai estar menos inclinado a lhe multar, porque sabe que você terá maior vantagem na apelação.

Se esse diálogo inicial não funcionar, parta para a chantagem emocional. Demonstre instabilidade emocional, chore, se for bom ator, alegue que a multa lhe tratá problemas maiores, etc. Persista nisso até perceber que a paciência dele está se esgotando.

Quando perceber que ele não está mais aberto ao diálogo, comece a induzí-lo a lhe pedir suborno, ou qualquer troca de favores. Pergunte apenas se não há nada que vocês possam fazer para resolver esse problema. Mostre-se solícito em “contribuir” para a resolução do problema e persista até, novamente, perceber que sua paciência está se esgotando.

Por fim, se você não tem mais alternativas, apele à autoridade. Use argumentos jurídicos, ou alegue conhecer pessoas importantes que poderiam prejudicar a vida do policial. Mas faça isso de forma sutil, quase subliminar. Não o ameace frontalmente. Você também pode apelar à famosa carteirada, o famoso “você sabe quem eu sou?” (verdadeiro ou não), embora isso não seja exatamente crime24, seja ainda mais sutil e “subliminar” ao usar esse truque, ou você pode causar atrito desnecessário com o oficial.

Resumindo, tenha uma postura proativa diante da abordagem policial, não tenha medo, mas seja prudente. Não se incrimine, nem produza provas contra si mesmo. Vá até onde puder e se sentir seguro. Não crie mais problemas do que o necessário.

23. Você tem o direito legal de não produzir provas contra si mesmo. Discutiremos mais a fundo sobre essa questão nos próximos capítulos.
24. https://jus.com.br/artigos/6885/carteirada-e-crime

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